Em um cenário de volatilidade e incerteza, incluir ativos alternativos pode redefinir resultados e oferecer proteção adicional às carteiras tradicionais.
O Crescimento dos Alternativos no Cenário Atual
Nas últimas décadas, investimentos alternativos conquistaram espaço significativo no universo financeiro. Movidos por crescimento anual projetado de 8,4% e pela busca por novo horizonte de diversificação, investidores globais passaram a destinar parcelas cada vez maiores de seus recursos.
A projeção da KPMG aponta que o volume de ativos alternativos deve alcançar €24,5 trilhões até 2028, enquanto a FlexFunds estima US$30 trilhões sob gestão até 2030. Esse movimento reflete a necessidade de resiliência em ciclos econômicos adversos e de novas fontes de retorno diante do desempenho oscilante dos mercados de ações e títulos.
Definição e Principais Categorias
Investimentos alternativos englobam ativos fora das classes tradicionais de ações e títulos públicos. Seu principal atrativo reside na busca por baixo índice de correlação com o restante da carteira e no potencial de retorno diferenciado.
- Criptomoedas: Bitcoin, Ethereum e outros tokens, com potencial de alta volatilidade e oportunidades expressivas de valorização.
- Private Equity e Venture Capital: aportes em empresas privadas, desde estágios iniciais até reestruturações profundas.
- Dívida Privada: empréstimos e créditos concedidos fora do ambiente bancário tradicional.
- Infraestrutura e Ativos Reais: projetos de energia, estradas, propriedades comerciais e agrícolas.
- Commodities: contratos diretos ou por meio de fundos especializados.
- ETFs de ativos alternativos: fundos negociados em bolsa que replicam estratégias não convencionais.
Para ilustrar características e benefícios de cada classe, a tabela seguinte resume pontos-chave:
Ao entender as especificidades de cada classe, o investidor pode alinhar expectativas de retorno, liquidez e risco.
Importância da Diversificação
Incorporar alternativos significa adicionar camadas de segurança e explorar novas fronteiras de ganho. A abordagem complementar aos ativos tradicionais reduz exposição a choques pontuais e amplia o leque de oportunidades.
Estudos sugerem que alocações entre 10% e 20% em alternativos já geram benefícios significativos na robustez do portfólio, podendo chegar a 30% para perfis mais arrojados. Essa prática aprimora a capacidade de enfrentamento de fases de baixa em mercados convencionais.
- 10–20%: equilíbrio entre segurança e retorno incremental.
- 20–30%: projeção de maior rentabilidade, com mais tolerância à volatilidade.
Desafios e Soluções
Apesar das vantagens, ativos alternativos apresentam obstáculos. A iliquidez em certos produtos e o acesso restrito a investidores de alta renda ou institucionais eram as barreiras mais comuns.
No entanto, a revolução digital tem promovido democratização. Plataformas de crowdfunding imobiliário, securitização de recebíveis e ETFs de alternativos trouxeram plataformas tecnológicas acessíveis a todos, reduzindo o ticket mínimo de entrada e ampliando a liquidez.
- Crowdfunding: permite aportes em imóveis com valores baixos e diversificação geográfica.
- ETFs e ETPs: negociados em bolsa, oferecem transparência e facilidade de resgate.
- Securitização digital: subdivide grandes projetos em cotas fracionadas.
Dados de Mercado e Exemplos Práticos
Em 2024, o volume global de alternativos supera €16 trilhões, com expectativas de alcançar níveis recordes até 2030. Pesquisa recente revela que 43% dos profissionais dedicam até 20% de suas carteiras a esses ativos, enquanto 17% ultrapassam 30%.
Na prática, plataformas como Urbanitae captaram €213 milhões em 2024, reunindo mais de 28.000 investidores e apresentando rentabilidade histórica média acima de 13%. Já fundos de venture capital vêm registrando resultados acima de 20% ao ano em startups de tecnologia.
Recomendações para Investidores
Antes de integrar alternativos, organize seus objetivos financeiros e defina o grau de liquidez desejado. Avaliação criteriosa do perfil de risco e acompanhamento por especialistas são etapas essenciais.
É indicado buscar:
- Educação financeira: cursos e materiais especializados para entender estruturas e riscos.
- Consultoria profissional: alinhamento com metas pessoais e tolerância a oscilações.
- Monitoramento contínuo: revisar desempenhos e ajustar alocações conforme mudanças de mercado.
Perspectivas Futuras
Para 2025–2030, projeta-se que ativos alternativos se consolidarão ainda mais, impulsionados por inovações como tokenização de ativos reais e investimentos baseados em inteligência artificial.
As perspectivas apontam para uma crescente integração de blockchain em processos de registro e negociação, bem como para soluções híbridas que combinem benefícios de liquidez e exclusividade. Em suma, ao considerar novas estratégias de diversificação contínua, investidores bem informados estarão mais preparados para capturar oportunidades em qualquer cenário econômico.
Referências
- https://blog.urbanitae.com/pt-pt/2025/01/20/investimento-alternativo-em-2025-tendencias-e-perspetivas-para-um-mercado-em-transformacao/
- https://fbs.com/pt/fbs-academy/traders-blog/best-alternative-investments-of-2024
- https://www.flexfunds.com/pt-br/solucoes/investimentos-alternativos-chaves-para-diversificar-portfolios-em-2025/
- https://blog.urbanitae.com/pt-pt/2025/04/27/os-melhores-investimentos-de-baixo-risco-em-2025/
- https://www.flexfunds.com/pt-br/tendencias-numeros/investimentos-alternativos-gestao-de-ativos/
- https://privatebank.jpmorgan.com/latam/pt/services/investing/alternative-investments
- https://www.bloomberglinea.com.br/2025/06/23/apetite-da-nova-geracao-por-ativos-alternativos-remodela-a-estrategia-de-wall-street/
- https://www.franklintempletonoffshore.com/pt-os/investments/capabilities/alternatives